segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mão amiga


Não vou dizer o que tenho, pois não sei, não sei o que sinto. A única coisa que
sei é que uma angústia me leva para um precipício negro, um precipício onde eu só
consigo ver o céu, e é ele que me ajuda a superar esta angústia, as estrelas que lá
estão, é o que me faz viver. Vivo para elas e sobrevivo. Ando na mão do mundo,
sem destino, à procura de um rumo, por onde caminhar.
Corro ao sabor da corrente, não sei para onde me levam, mas nada pode ser
pior que este mal-estar, e eu confio, confio e tenho fé nessas estrelas, pois elas têm
luz própria e guiam-me.
Um dia essas estrelas podem se escapar ou perder-se, mas vão estar sempre no
meu coração. Eu preciso de acreditar que elas são eternas, eu preciso acreditar…
Preciso de me lembrar do que está esquecido na minha mente, preciso viver
sem estar amordaçado com o passado, sem estar preso, atado a coisas fúteis,
preciso de sugar todo o tutano da vida eu quero… eu preciso… mas não consigo,
tento lutar, as forças escapam e eu caio, no chão tudo é pó, preciso de uma gota,
preciso de ver uma vida, um brilho, preciso de brilho, então uma mão aparece no
meio da escuridão e abre-me os olhos, faz-me ver que a vida é um mar de rosas, e
temos de saber andar pelos espinhos.
-Caiste?
- Agora levanta-te, olha em frente, a vida é uma criança e temos de a
aproveitar.
“Acredita que só tu és o artista de ti próprio.”
No fundo do precipício, há alguém, um anjo, um amigo, uma mão amiga que
te ajuda a levantar…
Mão Amiga

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